Respirar, escrever, meditar: as estratégias de Chris Martin para lidar com a depressão

Depois de “Fix You”, Chris Martin quer ajudar-nos a lidar com a depressão
17/04/2025
3 mins read

When you try your best, but you don’t succeed
When you get what you want, but not what you need
When you feel so tired, but you can’t sleep
Stuck in reverse

And the tears come streaming down your face
When you lose something you can’t replace
When you love someone, but it goes to waste
Could it be worse?

Lights will guide you home
And ignite your bones
And I will try to fix you

É quase impossível não começar a cantar a letra de “Fix You” quando ouvimos o recente desabafo de Chris Martin durante a digressão mundial dos Coldplay pela Ásia.

A canção foi lançada em 2005 e faz parte do álbum “X&Y, tendo sido escrita a pensar em Gwyneth Palthrow, com quem namorava na época, e que estava a passar por um período difícil após a morte do pai, o realizador Bruce Paltrow, com quem tinha uma ligação especial.

Desta vez, o vocalista dos Coldplay partilhou no Instagram um vídeo em que revela várias estratégias que o têm ajudado a lidar com sintomas de depressão, na esperança de que possa ajudar outras pessoas na mesma situação.

“Reparei recentemente que algumas pessoas, incluindo eu próprio, estão a lutar um pouco contra a depressão. Portanto, quero deixar-vos algumas coisas que me têm ajudado na estrada e no geral, esperando que algumas delas também possam ser boas para vocês”.

Após o concerto em Honk Kong, no passado dia 14 de abril, o músico britânico abriu o coração para partilhar estratégias que o têm ajudado. Uma mensagem partilhada com vulnerabilidade, autenticidade e esperança.

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Uma publicação partilhada por Coldplay (@coldplay)

Estas foram as práticas que adotou para cuidar da mente e do corpo.

Escrever tudo. E deitar fora

“A primeira coisa que vos queria contar é que há algo chamado escrita livre. Durante 12 minutos escrevam os vossos pensamentos e depois queimem ou deitem fora o que escreveram. Isso é muito bom”, confessou.

Por isso, todos os dias e durante 12 minutos, escreve sem filtros tudo o que te vai na alma. Depois, rasga ou deita fora, como um ritual de libertação.

Meditação transcendental

“A meditação transcendental tem-me ajudado muito. Há uma coisa chamada Propriocepção e que consiste em movimentos corporais que ajudam a equilibrar o nosso cérebro”.

Esta prática diária, simples e silenciosa, ajuda-o a encontrar equilíbrio. “É como um reset para o cérebro”, explicou, ao mesmo tempo que destacou o trabalho de Jim Costello, criador do Método Costello que promove movimentos para ajudar a curar o corpo.

Como sugestão de leitura, escolheu o livro “The Oxygen Advantage”, do especialista em respiração Patrick G. Mckeown.

O que é a Propriocepção

São práticas ou movimentos corporais que podem ajudar a sentir-se presente no corpo e ajudar a equilibrar o cérebro — fundamentais para quem vive com PHDA (perturbação de hiperatividade e défice de atenção) ou autismo. “É uma forma de me recentrar”, confessou.

Música para depressão

Para Chris Martin, o álbum “Music for Psychedelic Therapy“, de Jon Hopkins, é a sua banda sonora perfeita para momentos de introspeção. E revelou que tem ouvido muito Chloe Qisha, uma artista que descobriu recentemente e que “traz luz nos dias cinzentos”.

Cinema com alma

O filme “Sing Sing“, sobre transformação e humanidade, tocou-o profundamente. Porque por vezes, tudo o que precisamos é de uma história que nos relembre a beleza de estarmos vivos.

O que podemos aprender com isto?

Que ninguém está imune e que é perfeitamente normal ter momentos em que nos sentimos menos bem ou assumir uma depressão. E que até quem ilumina os palcos pode precisar de acender algumas luzes por dentro. Cuidar da saúde mental não tem de ser um processo complicado, pode começar com algo tão simples como parar, respirar ou escrever.

No Aurora Lifestyle acreditamos no poder da partilha. Quando alguém como Chris Martin nos abre o coração, também nos dá permissão para olharmos para o nosso. E talvez, quem sabe, encontrarmos o começo de uma nova luz.

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